Joaquim Martins
“Os cofres cheios”
“Os cofres cheios” – A ministra das finanças foi anunciar aos jovens quadros da JSD que o País já “tinha os cofres cheios!”. Finalmente! O Governo conseguira o milagre! Estávamos preparados para “qualquer emergência”!
Podiam continuar confiantes. O tesouro acumulado garantia o futuro. E o futuro eram eles! Era deles! Porque confiaram. Porque não emigraram. Porque “aguentaram” e são capazes de continuar a aguentar os sacrifícios! Porque estão determinados a lutar, para manter o rumo da austeridade!
E os jovens aplaudiram. E nem perguntaram como fora possível! 17 mil milhões?! Quantos “excêntricos” é que isso permitia? E foram espalhar a notícia. Estranhamente, poucos se alegraram. Os reformados e os desempregados não gostaram. Nem os que perderam a casa. Nem os que mitigam a fome nas cantinas sociais. Nem os “novos pobres”. Nem os 300.000 que se exilaram, perdão, que emigraram! Nem…
E alguns perguntaram: como é que pagámos a dívida? Não pagámos. A dívida aumentou! Nós pedimos dinheiro, para encher os cofres! É que é melhor ter os cofres cheios do que vazios, garante o 1º Ministro! É que assim estamos muito melhor que em 2011!
Mas e os juros desses empréstimos?! Não será que assim a dívida aumenta todos os dias?! Ninguém perguntou.
Eu vi como o 1º Ministro foi aplaudido! Eles acreditam! Julgo, que até acreditam que o dinheiro nos cofres não tem custos. Que até gera emprego, riqueza e desenvolvimento! Ou que tem o poder mágico de atrair investimento! Ou de combater o défice!
Será. Afinal é o mesmo discurso que no ano passado se traduzia (cito de memória) na expressão: “O País está melhor! Os Portugueses é que estão pior!”
Ou seja, aos portugueses que não desistem de lutar pelo pão de cada dia, não lhes resta outra solução, senão continuar a emigrar! A continuar a descobrir novos caminhos! A aventurar-se pelo Mundo!
É verdade! Mas agora já levam uns gramas de esperança na bagagem. É que o Governo prepara já o seu regresso, com o programa “VEM!” que prevê, vejam bem, apoiar, por ano, 20 ou 30 dos que queiram regressar!
É um começo!