COMEMORAÇÕES DOS 244 ANOS DE ELEVAÇÃO A CIDADE
Castelo Branco e Fundão reforçam laços
A assinatura de um protocolo de cooperação entre as câmaras de Castelo Branco e do Fundão foi um dos momentos altos das comemorações dos 244 anos de elevação a cidade da capital de Distrito, realizadas sexta-feira.
Um protocolo considerado por ambas as partes importante, desde logo pelo facto de ser muito abrangente, englobando as áreas económica, social, cultural e ambiental, ao mesmo tempo que define a colaboração em vertentes como a valorização do setor agroalimentar, implicando também cooperação nas áreas da biotecnologia e da agroindústria, sem deixar de lado o trabalho conjunto no que respeita ao desenvolvimento do regadio a Sul da Serra da Gardunha.
Serra da Gardunha que, sendo partilhada pelos dois concelhos, também está no centro das atenções, no sentido de desenvolver o seu potencial turístico a par de um modelo de gestão da paisagem protegida desta área natural.
Na abordagem que fez aos diversos pontos, o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, deu especial atenção ao setor agroalimentar, com relevo para a produção de queijo, realçando que este “representa mais de 50 milhões de euros, por ano, para a região”, sublinhando que o queijo “já tem a denominação de origem protegida, a DOP Beira Baixa, com marcas extraordinárias no Fundão e em Castelo Branco”.
Ainda sobre o setor agroalimentar, Paulo Fernandes, avançou, em termos genéricos, que apesar de “não conseguirmos monitorizar muito bem, vale mais de 200 milhões de euros por ano”. Ou seja, continuou, representa “10 por cento da riqueza gerada no nosso território”, sendo, por isso, classificado como um setor “vital para o nosso futuro”.
Paulo Fernandes destacou ainda que no referente aos dois concelhos “o Homem não deve separar o que a natureza uniu”, com o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, a defender que o importante “é construir, em conjunto, um futuro para a região”, mesmo tendo em consideração que os dois concelhos “estão em competição”, mas tal “não nos tira força, para darmos as mãos e entreajudarmo-nos em tudo aquilo que pudermos”.
Orgulho em 244
anos de história
Na sessão comemorativa da Assembleia Municipal dos 244 anos da elevação de Castelo Branco a cidade, o presidente deste órgão, Valter Lemos, realçou que se estava a “celebrar o passado, olhando o presente e projetando o futuro”, para assegurar que Castelo Branco se “transformou numa das cidades portuguesas com melhor qualidade de vida”, fruto do trabalho de personalidades que enumerou, como foi o caso de autarcas, “mas também de quem aqui vive e trabalha”.
Valter Lemos defendeu, entre outros pontos, que “o Instituto Politécnico de Castelo Branco foi um dos vértices do desenvolvimento de Castelo Branco”, para denunciar que “a opção de deixar de contar com o Ensino Politécnico e com o Interior do País a coberto da crise é o maior ataque ao Ensino Politécnico e ao Interior”.
Tudo para mais à frente assegurar que “estamos insatisfeitos e não aceitamos o recuo e a retração”, voltando a apontar o dedo, ao afirmar que “não só não nos ajudam, como nos enfraquecem, para fortalecer outros”, sublinhando que, “aqui, temos resistido ao enfraquecimento”.
Da bancada do Bloco de Esquerda (BE), Luís Barroso, numa alusão musical, afirmou que “quem nasceu em Castelo Branco não é feliz noutra terra”, para garantir que “todos temos consciência que a nossa cidade vai resistir, porque somos como o granito bem rijo e moreno”.
Luís Barroso manifestou por outro lado a sua “inquietação”, pelo facto de Castelo Branco “ocupar o 112º lugar no que respeita ao índice de transparência” e adiantou que “devemos melhorar esta posição, porque a democracia assim o exige”.
Entre outros pontos teceu elogios ao programa das comemorações, acrescentando que “falta agora fazer convergir para esta data uma atividade que projete o Dia da Cidade no País”.
Por seu lado, José Pedro Sousa, do CDS/PP, afirmou que “Castelo Branco está hoje diferente da cidade que era há uns anos atrás. Para melhor num casos e noutros nem tanto”, enumerando diversas situações que desejava ver melhoradas.
Falou igualmente nalguns desafios, para defender a “criação de um gestor do centro da cidade”, de modo a revitalizar esta área nas mais variadas vertentes.
Ana Maria Leitão, da CDU, na sua intervenção, focou-se naquilo que “não cabe” numa cidade como Castelo Branco, falando de vários aspetos, como, por exemplo, “os bairros periféricos onde é preciso intervir, a falta de crianças nos parques infantis, os pequenos comerciantes que tiveram que encerrar, entre outros”, e concluir que “a nossa cidade, ainda que imperfeita, não está fechada, tem vagas”.
Pelo Partido Social Democrata (PSD), António Carmona Mendes apelou “à unidade em defesa da cidade e da região” e deixou o desafio para que “sejamos todos unidos em defesa da cidade”. Já da bancada do Partido Socialista (PS), José Afonso começou por recordar a história da cidade com base num mapa de 1762, centrando depois grande parte da sua intervenção no Jardim do Paço.
O presidente da Câmara, Luís Correia, destacou que “estamos todos de parabéns por 244 anos de história que nos orgulham e nos enobrecem”, referindo-se depois “à ambição, determinação, força e convicção que me animam e a todo o executivo”, tendo como alvo “um projeto para o Concelho”, com a certeza que “temos a certeza que a estratégia que delineamos dará frutos”. Luís Correia falou também naquilo que já foi feito e naquilo que o será e avançou que “o nosso objetivo único e permanente é fazer sempre mais e melhor” e sublinhou ainda que “a Câmara tem uma boa situação económica e financeira e é para continuar, porque não queremos hipotecar o futuro dos albicastrenses”.