Joaquim Martins
25 de novembro!
25 de novembro! – Não. Não é esse 25 de novembro que estão a pensar! Não, não quero lembrar o 25 de novembro que a Direita Parlamentar queria celebrar. Não! Esse episódio histórico está ultrapassado. É apenas história. História portuguesa.
O 25 de novembro que quero reavivar é o que a Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu em 1999, como Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Um dia para pensar num problema mundial! Recorde-se que a escolha do dia visou prestar homenagem às irmãs (três) Mirabal da República Dominicana, violentadas, perseguidas e mandadas assassinar, a 25 de novembro de 1960, pelo ditador da altura, Rafael Trujilho…
O objetivo visado pela ONU está longe de estar atingido. Uma em cada três mulheres, segundo os dados conhecidos, continua a ser vítima de violência doméstica. O que quer dizer que o problema do Dia é muito mais grave e profundo, pois a violência contra as mulheres, quer seja física, social ou sexual ultrapassa o espaço doméstico.
É um problema civilizacional. Há ainda um longo caminho a percorrer, para eliminar as múltiplas formas de “violência” visível e invisível, traduzida em discriminação, exploração e abuso.
O relatório anual de 2014 da APAV e o da PSP e GNR, sobre violência doméstica, são claros: a violência sobre as mulheres existe, é grave e continua a aumentar!
Urge continuar a lembrar o problema e a exigir programas que ajudem na sua resolução. O aprofundamento da vivência democrática pode ser uma das formas.
Afinal, o Presidente cumpriu! – Confesso que tinha dúvidas. Será o Presidente capaz de ultrapassar-se e nomear um governo de esquerda de que não gosta? Terá coragem de afrontar a Direita a que pertence e cumprir a Constituição? Foi. Cumpriu! Indigitou António Costa. A democracia ganhou! Cavaco surpreendeu!