Joaquim Martins
A Encíclica do Papa Francisco
A Encíclica do Papa Francisco – A divulgação, na passada 5ª feira, da anunciada Encíclica Verde, provocou uma onda de choque que, esperamos, venha a provocar um sobressalto cívico à escala mundial. O apelo do Papa não é dirigido aos Cristãos, mas a todos os homens: “ Agora, à vista da degradação global do ambiente….Pretendo especialmente, entrar em diálogo com todos, acerca da nossa casa comum” (nº3)
Os dados da ciência e a perceção da “ relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia “( nº 16) levam o Papa a propor “uma ecologia integral que inclua claramente as dimensões humanas e sociais” (nº137).
Acredita que a humanidade ainda possui capacidade de intervir de forma positiva e de evitar a destruição “da nossa casa Comum”. Para isso urge tomar consciência dos problemas: “as mudanças climáticas”, “ a questão da água”, a “preservação da biodiversidade”, a questão da “dívida ecológica do Norte, em relação ao Sul” ou sejam “ as responsabilidades dos países desenvolvidos”. Urge “mudar de rumo” e perceber que todos são indispensáveis para “cuidar da casa comum”
As reações (positivas e negativas), ao desafio do Papa já começaram a surgir. Ainda bem. A Encíclica é realmente uma “Manual de Desassossego” (na expressão feliz do padre Tolentino Mendonça) que convida à tomada de posição e a responder à grande questão “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?”(nº 160).
Voltaremos ao tema.
Números assustadores – Dois relatórios recentes da ONU e da UNICEF trazem- nos números preocupantes: Sessenta milhões (60.000.000) de refugiados em 2014, ou seja, mais oito milhões e meio que em 2013.
Seis milhões de crianças (6.000.000), com menos de 5 anos morrem anualmente por causa da pobreza extrema.
Que mundo estamos a construir?