Vereadores do PSD criticam execução orçamental da Câmara de Castelo Branco em 2014
“Resultado dificilmente poderia ser pior”
PSD acusa Câmara de Castelo Branco de ter “a pior execução” orçamental do século.
Os dois vereadores do PSD, Paulo Moradias e João Paulo Benquerença, acusam o executivo da Câmara de Castelo Branco, liderado por Luís Correia, de ter tido em 2014, a pior execução orçamental do século.
“O resultado dificilmente poderia ser pior. Estamos perante a pior execução orçamental deste século. E, já estamos em 2015”, referiu Paulo Moradias, durante uma conferência de Imprensa realizada segunda-feira, para analisar o relatório de gestão apresentado pela autarquia, referente às contas de 2014.
O vereador do PSD explicou que o documento foi aprovado sexta-feira, em reunião extraordinária do executivo, com os votos contra dos vereadores social democratas e sem a presença do presidente da Câmara de Castelo Branco, situação que mereceu também a crítica dos social democratas.
Segundo Paulo Moradias, a execução orçamental da despesa situou-se nos 56,17 por cento, mas depois de decomposto este valor e de uma análise correta, verifica-se que a despesa total foi de 34,6 milhões de euros, dos quais 18 milhões foram despesa corrente (de funcionamento da autarquia) e apenas 16,5 milhões despesa de capital, isto é, “o verdadeiro investimento”.
Em suma, “apenas 42 por cento de execução orçamental no item que verdadeiramente interessa e que reflete o trabalho que a autarquia fez, ou não fez como neste caso, ao longo de 2014”, sustenta.
Para o vereador do PSD, “isto é um valor baixíssimo” e adianta que o executivo recusou todas as colaborações que os social democratas quiseram dar no primeiro plano de atividades feito pelo atual presidente, Luís Correia.
“A nossa colaboração pura e simplesmente foi posta de parte”, refere.
Perante estes resultados, Paulo Moradias sustenta que o “documento não foi pensado e foi criado em cima do joelho” e adianta que “não vale a pena argumentar com a falta de fundos comunitários”.
“Todos sabiam que só ao longo deste ano se poderia recorrer a esses fundos, não se coloca em orçamento uma expetativa que se sabe não poder ser concretizada”, disse. O vereador social-democrata acrescenta também que o executivo “não sabe ao longo do ano aplicar o dinheiro que fruto de transferências do Estado ou fruto da arrecadação dos nossos impostos lhe cai nas mãos”.
Recordou também que o atual executivo, se recusa a devolver aos albicastrenses o seu dinheiro sob a forma de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) ou devolução do Impostos sobre os Rendimentos Singulares (IRS).
Esta recusa, segundo o vereador, surge “com a desculpa de que o investe, mas agora conclui-se a falsidade deste argumento”, afirmou.
E, a título de exemplo, disse que a autarquia previa arrecadar cinco milhões de euros em IMI e arrecadou quase 6,2 milhões.
Em conclusão, os vereadores do PSD “chumbam” o primeiro ano de trabalho deste executivo e adiantam que este “é o verdadeiro balanço, com factos, baseados nos dados apresentados pela autarquia”.
João Paulo Benquerença adiantou ainda que nas contas do executivo, o único item em que se atingiram os 100 por cento foi na cobrança de impostos.
E, sobre a taxa de execução dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) em 2014, que se ficou pelos 23 por cento, o vereador social-democrata disse tratar-se de um valor “perfeitamente ridículo” e que a taxa de execução “é uma vergonha para uma capital de distrito”.
Os vereadores do PSD recordaram ainda que neste momento a Câmara de Castelo Branco e os SMAS em conjunto, têm na conta bancária cerca de 100 milhões de euros a render juros.
CC