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17 junho 2015

COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DA MORTE DE JOÃO ROIZ DE CASTELO BRANCO
O poeta de Partindo-se está de regresso

Joao Roiz 500 Anos Comemoracoes 02A Câmara de Castelo Branco e a Cultura Vibra dinamizam, a partir de hoje, quarta-feira, o programa das Comemorações dos 500 anos da Morte de João Roiz de Castelo Branco, que se prolonga até janeiro do próximo ano.
A Câmara responde deste modo ao desafio que lhe foi lançado em março deste ano, pelo poeta António Salvado, que tal como a Gazeta noticiou em primeira-mão, no final de conferência em que foi abordada a vida e obra de João Roiz, no ano em que se completam os 500 anos da sua morte, lançou o repto à autarquia, no sentido de erigir uma estátua ou uma escultura a João Roiz de Castelo Branco, na rotunda localizada na Avenida de Nuno Álvares, junto à estação dos caminhos de ferro.
Recorde-se que, na altura, António Salvado argumentou que esse local é o ideal pelo facto dos comboios chegarem e partirem, numa ligação à cantiga Partindo-se, de João Roiz.
A resposta da Câmara, no entanto, tem a particularidade de ir mais além, uma vez que além da escultura a João Roiz, apresenta um programa de luxo, que inclui conferências, recitais de poesia, teatro, reedição de livros, uma exposição, concertos e ainda uma medalha comemorativa da efeméride.
Na apresentação do programa, o presidente da Câmara, Luís Correia, realçou que “todos devemos ficar orgulhosos com o programa e com estas comemorações” e defendeu que é importante “reforçar João Roiz como uma referência de Castelo Branco” e, daí, “este grande programa” criado por uma comissão que integra António Salvado, Maria de Lurdes Barata, Manuel Costa Alves e Carlos Semedo.
O programa foi inicialmente apresentado por António Salvado que, numa abordagem divertida, realçou que “há três meses que ando a dormir com João Roiz”, para adiantar que já hoje, quarta-feira, vai expor as conclusões a que chegou.
António Salvado levantou uma ponta do véu e revelou que uma das conclusões é que João Roiz apresenta o primeiro exemplo da primeira écloga, rematando que esta foi introduzida por ele.
Falou depois nos vários livros que serão reeditados durante as comemorações, referindo a hipótese de um deles ser publicado numa parceria entre as câmaras de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, com a possibilidade de envolver ainda outras autarquias do Distrito, como Belmonte, Penamacor e Covilhã.
Por seu lado, Maria de Lurdes Barata, fez questão de sublinhar que a Câmara “acolheu com todo o carinho estas comemorações, mostrando, como sempre, que está atenta ao que pode promover a cidade a nível cultural”.
Já Carlos Semedo centrou a sua atenção na exposição fotográfica que será apresentada e que consiste num desafio a fotógrafos amadores e profissionais de modo a abordarem os itinerários de João Roiz abrangendo Castelo Branco, a Guarda, Lisboa e mesmo o Norte de África. Uma mostra que classifica como “um momento único de contacto desta vivência com os locais”, acrescentando que, “posteriormente, a exposição pode ir às escolas”.
Manuel Costa Alves, por seu lado, começou por se referir à escultura sobre João Roiz, para defender que se pode ir mais além e, através da arte urbana, dar uma nova aparência à Rua Poeta João Roiz, que pode ter continuidade com uma obra no muro da Rua do Saibreiro, junto ao antigo terminal rodoviário.
Outra sugestão de Manuel Costa Alves vai no sentido de fazer uma intervenção na Igreja de Santa Maria do Castelo, onde está sepultado João Roiz, de modo a requalificar o local.

Conferências começam
esta quarta-feira
João Roiz de Castelo Branco, poeta do Cancioneiro Geral de Resende – Traços tradicionais e segmentos originais da sua poesia é o tema da conferência inaugural que é proferida por António Salvado hoje, quarta-feira, a partir das 18 horas, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
A comunicação de António Salvado revestir-se-á de múltiplas novidades, pois, além de nela se recordarem, com alento diferente, os factos indiscutíveis da vida do poeta, muitas outras conjeturas serão formuladas e ponderadas acerca da sua biografia.
Por outro lado, uma análise pormenorizada dos poemas de João Roiz porá em relevo a importância e significado de uma obra que, sendo curta, permite leituras tão diversificadas e surpreendentes que, em muitos aspetos, essa curta obra marca assinalável relevo na história da poesia portuguesa.
O ciclo de conferências continua a 8 de julho, com uma dedicada ao tema Poetas do Cancioneiro Geral de Resende ligados ao Distrito de Castelo Branco (elementos biográficos e interesse literário dos seus poemas).
A 16 de setembro será a vez de falar Do amor trovadoresco ao amor da partida/saudade em João Roiz de Castelo Branco e em outros poetas do Cancioneiro Geral de Resende.
Seguir-se-ão, ainda sem data definida, as conferências Das pastorelas do poeta El-Rei D. Dinis à écloga embrionária de João Roiz de Castelo Branco e à atração da Natureza em poetas do Cancioneiro Geral de Resende e Do escárnio e maldizer trovadorescos à ironia e à sátira em João Roiz de Castelo Branco e em outros poetas do Cancioneiro Geral.
A este conjunto de cinco conferências é ainda acrescentada outra, com António Salvado a revelar que está já preparada a final que será subordinada ao tema A personalidade multifacetada do poeta João Roiz de Castelo Branco.
De realçar é que a estas conferências estão associados recitais de poesia com temas como João Roiz – O morrer de amor em João Roiz e em poemas do mesmo tema no Cancioneiro Geral e na tradição lírica portuguesa; O humor e a sátira em João Roiz e na poesia portuguesa; Poetas do Cancioneiro Geral ligados ao Distrito de Castelo Branco; A saudade da poesia portuguesa; e Os olhos na poesia portuguesa.

Exposição fotográfica
e boa música
O programa inclui também, em janeiro do próximo ano, a dramatização a partir de poemas de João Roiz, com a elaboração de quadros falados com: Pai, irmãos e João Roiz em Alcácer Seguer (João Roiz é armado cavaleiro); Em Lisboa – Diálogo com António Pacheco sobre a vida na capital (até à decisão do poeta vir a Castelo Branco com o intuito de casar bem); Monólogo a partir da Carta e das Trovas (oposição Lisboa/Beira Baixa); No tabelião – compra das terras além Ponsul (João Roiz, a esposa, as testemunhas, o tabelião); Com os amigos Rui Lobo e Jorge de Sousa (sem ninguém ouvir – linguagens especiais pelos três na evocação de acontecimentos e de circunstâncias…
A isto há a juntar a distribuição de folhetos com informação biográfica e poesia de João Roiz pelas escolas, bem com a reedição de ensaios sobre João Roiz de Manuel da Silva Castelo Branco e de Lopes Dias, assim como outros livrinhos com documentação sobre João Roiz.
Em setembro é inaugurada no antigo edifício dos CTT, no Largo da Sé, a exposição fotográfica sobre a vida e ambiência de João Roiz em Castelo Branco (Rua dos Cavaleiros, Rua de Santa Maria, ruas do Castelo, Praça Velha, Igreja do castelo, terrenos que comprou além do Ponsul, tumulo) e noutras localidades (Lisboa, Guarda, Alcácer Seguer).
Em destaque estará também a música.
Assim, em data a confirmar realiza-se um concerto com os Sete Lágrimas, com música de época dos séculos XV e XVI.
A 12 de dezembro tem lugar o concerto de estreia de obras a partir de João Roiz, com o João Roiz Ensemble. Com essa finalidade foram encomendadas peças a três compositores. Nuno Corte Real e César Viana comporão músicas para quarteto de cordas e voz a partir da cantiga Partindo-se, Isto, enquanto um terceiro compositor, que ainda está no segredo dos deuses, apresentará uma peça elaborada a partir de uma leitura pessoal de António Salvado da cantiga Partindo-se.
Outro momento alto das Comemorações será a inauguração da escultura de João Roiz, em data ainda a confirmar, ao que se junta o lançamento de uma medalha comemorativa, também em dia a confirmar, o mesmo acontecendo com a apresentação, por grupos de teatro locais, de recitais de rua com poesia de João Roiz e a distribuição de marcadores com a poesia de João Roiz.
António Tavares

17/06/2015
 

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