Vila Velha de Ródão participa na produção do novo Atlas Europeu dos Ventos
Portugal vai participar na produção do novo Atlas Europeu do Vento (NEWA), sendo que o projeto, a nível nacional, decorre na Serra do Perdigão, em Vila Velha de Ródão.
“Parte dos trabalhos decorrerá na Serra do Perdigão (Vila Velha de Ródão), devido às condições da orografia local, representativa das condições de vento em terreno montanhoso e que serão a base de apoio ao desenvolvimento dos modelos do futuro”, refere em comunicado um dos principais responsáveis do projeto, José Laginha Palma.
Este professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) explica que o NEWA é um projeto europeu recentemente aprovado, que tem como objetivo criar novas metodologias de avaliação e gestão do recurso eólico.
“A avaliação das caraterísticas do vento com fins energéticos assenta ainda nos procedimentos estabelecidos pelo Atlas Europeu do Vento de 1989, hoje obsoletos, devido à maior dimensão e potência dos aerogeradores atuais e à sua instalação em terrenos de maior complexidade do que a inicialmente prevista”, adianta.
Neste sentido, surgiu a necessidade de criar novas metodologias de avaliação baseadas em medições e modelos globais de previsão meteorológica.
Estas novas metodologias (tecnologia WindScanner) e o início dos trabalhos do projeto NEWA, vão ser apresentadas segunda-feira (Dia Global do Vento), em Vila Velha de Ródão.
A tecnologia WindScanner, com medições já a decorrer na Serra de Perdigão (Vila Velha de Ródão) a cargo da Universidade Técnica da Dinamarca, permite a medição das caraterísticas do vento a grandes distâncias e alturas ao solo, sem recurso a torres meteorológicas.
É este o objetivo do projeto NEWA, com a duração de cinco anos (2015-2019), que se iniciou em março e que tem um orçamento global de 13,8 milhões de euros e que envolve um consórcio de instituições de oito países europeus (Dinamarca, Suécia, Alemanha, Espanha, Letónia, Turquia, Bélgica e Portugal).
O processo que conduziu ao projeto NEWA foi iniciado em 2005, e a participação nacional é assegurada pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo José laginha Palma, a tecnologia WindScanner e o Novo Atlas Europeu do Vento, “irão marcar a atividade da indústria eólica nos próximos anos, tal como os 30 anos anteriores foram marcados pelo Atlas Europeu do Vento de 1989”.
Este responsável adianta ainda que a participação nestes projetos representa “oportunidades da maior relevância para o meio científico e indústria nacional”.
O financiamento do consórcio português composto pela FEUP, INEGI, LNEG e IPMA, é feito pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e envolve cerca de 750 mil euros.