Programa Castelo Branco Estratégia de Futuro em consulta pública até agosto
Câmara de Castelo Branco apresenta plano estratégico para o Concelho
A Câmara de Castelo Branco apresentou ontem, terça-feira, o programa Castelo Branco Estratégia de Futuro, um documento que define em três áreas complementares o planeamento futuro para o Concelho, a médio e longo prazo.
“A apresentação destes documentos marca o início de um processo que desejamos participado e proveitoso, para que o Concelho de Castelo Branco disponha de um verdadeiro plano de ação estratégica, instrumento da maior importância para uma governação que desejamos seja eficaz, inovadora e integradora”, explicou o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia.
O autarca, que falava durante a sessão de apresentação do programa que decorreu numa unidade hoteleira de Castelo Branco, adiantou que este é o momento adequado para a apresentação deste documento, “fruto de um trabalho amadurecido”.
“Este é um momento de fulcral importância para o Concelho que define as linhas de atuação política e a estratégia de desenvolvimento para as próximas décadas”, disse.
O programa Castelo Branco Estratégia de Futuro, que vai estar em consulta pública até ao dia 7 de agosto, foi elaborado por uma equipa técnica constituída pelo economista Augusto Mateus, e pelos professores catedráticos da Universidade de Lisboa, José Manuel Simões e Jorge Gaspar.
Luís Correia sublinhou que o programa tem a “ambição de melhorar as condições de atratividade e de competitividade” do Concelho e baseia-se em três eixos complementares: Castelo Branco 2030, Estratégia de Desenvolvimento do Concelho de Castelo Branco e Plano de Desenvolvimento Turístico (2015-2025).
Os três eixos da estratégia
de futuro
O primeiro eixo, parte do diagnóstico da cidade na atualidade e de um balanço da estratégia Castelo Branco 2020, para propor um modelo de desenvolvimento urbano para Castelo Branco em 2030, atualizando a visão de desenvolvimento da cidade e dando continuidade ao esforço de adequação do desenvolvimento ambiental, económico, social e cultural.
O objetivo passa pelo reforço da posição da cidade na rede urbana regional, nacional e ibérica, com uma base económica sólida, diversificada e atualizada, por via da criatividade e do empreendedorismo.
O segundo eixo, Estratégia de Desenvolvimento do Concelho de Castelo Branco, visa a melhoria do posicionamento de Castelo Branco nos domínios interno (regional e nacional), externo (europeu e internacional), funcional e institucional e económico e empresarial.
Propõe ainda um reforço da atratividade global do território e a sua afirmação enquanto espaço de funções inovadoras.
Além disso, pretende ainda consolidar a especialização produtiva do Concelho e a promoção da orientação internacional e a otimização do posicionamento socioeconómico.
O terceiro eixo, que integra o Plano de Desenvolvimento Turístico de Castelo Branco (2015-2025), tem como objetivo o aumento da estadia e fidelização de turistas e visitantes, a diversificação da base turística e a valorização dos recursos naturais e paisagísticos.
Pretende também criar uma forte identidade territorial e turística, valorizar o posicionamento geoestratégico do Concelho e reforçar a capacitação institucional e de cooperação entre os diversos atores.
“Temos muito Interior
na nossa cabeça”
O economista Augusto Mateus defendeu que Castelo Branco deve apostar numa lógica de forte especialização, “naquilo onde aqui há essa possibilidade” e disse que aquilo que o Concelho fez no passado ao nível da coesão social, “pode agora fazê-lo ao nível da atratividade”.
O antigo ministro da Economia disse ainda que a valorização da base rural e dos produtos endógenos da Região, aliados a uma forte componente tecnológica e à inovação, vem introduzir uma mais-valia e potenciar Castelo Branco.
“Não vamos a lado nenhum querendo ser o que não somos. Dar força a Castelo Branco não é fácil. É mais fácil dar força a outras realidades”, referiu.
Segundo este responsável, a estratégia proposta, “vai no sentido de não dar tanto peso aos fatores de periferia e interioridade” e adiantou que “temos muito Interior na nossa cabeça e às vezes passamos ao lado das oportunidades”.
Augusto Mateus explicou que o objetivo passa também por potenciar o Concelho com alguns parceiros internacionais de grande dimensão e, neste sentido, referiu que Castelo Branco tem a oportunidade de ser ativo no aumento de interação entre zonas de Portugal e de Espanha.