O anfiteatro ao ar livre da Praça Académica, junto ao Museu Cargaleiro, na Zona Histórica de Castelo Branco é palco, sábado, a partir das 21h30, de um desfile considerado “inédito”, no qual será apresentada uma coleção de máscaras de cerâmica da autoria de João Robalo.
A iniciativa tem como objetivo assinalar os 40 anos de ceramista de João Robalo, pelo que ao longo da noite serão apresentadas entre 80 a 90 máscaras, de uma coleção de cerca de 200, que é propriedade e da autoria do ceramista. Parte dessas máscaras estarão depois patentes numa exposição a apresentar no Museu Fr4ancisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, entre dia 18 deste mês e 31 de agosto.
As máscaras que serão apresentadas, para além das técnicas de moldagem. vi-dragem e alto fogo, são trabalhadas com linho, fio de seda animal, fio de ouro, peles, pedras preciosas e semipreciosas, incluindo ainda a utilização de desperdícios de materiais como tecidos, lãs e vidros, entre outros.
O desfile, que será apresentado por Cláudia Balta-zar, conta com um suporte constituído pelos figurinos de Salete Afonso, sendo de recordar que Salete Afonso e João Robalo estão à frente do Ateliê das Artes.
Atrás da Máscara conta também com um momento de dança, pelo grupo Vida a Cores, da Associação Amato Lusitano, havendo a referir, por outro lado, que a melhor modelo receberá um workshop One Day, a realizar em Lisboa, oferta da agência de modelos Karacter.
Mas Atrás da Máscara não se resume às comemorações dos 40 anos de ceramista de João Robalo e ao desfile, porque a iniciativa tem também uma faceta solidária. Assim, estão já à venda rifas, sendo que a noite do desfile será sorteada a escultura Navegar para ser feliz, da autoria de João Robalo.
A vertente solidária surge a partir do momento que o valor resultante da venda das rifas reverterá, na totalidade, para o Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, da Associação Amato Lusitano.
A iniciativa, que conta com o apoio da Câmara de Castelo Branco foi apresentada sexta-feira no salão nobre da autarquia, com João Robalo e Salete Afonso a realçarem que através desta iniciativa se pensou “ajudar uma instituição e foi escolhido o Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, da Associação Amato Lusitano”, deixando o apelo para que “em Castelo Branco, quando as pessoas forem vítimas de violência doméstica se devem dirigir à Associação”.
O presidente da Câmara, Luís Correia, afirmou que o desfile apresenta um objetivo que “nós comungamos”, uma vez que “tem a ver com as comemorações dos 40 anos de ceramista de João Robalo, que faz a ligação com a defesa das vítimas de violência doméstica”, valorizando o facto de “angariar meios para a Associação Amato Lusitano”.
Luís Correia que não perdeu a oportunidade de deixar “os parabéns pelos 40 anos de ceramista de João Robalo e por esta iniciativa”.
Por seu lado, o vice-presidente da Câmara e presidente da Amato Lusitano, Arnaldo Brás, começou por “agradecer a iniciativa”, realçando que “também estou muito sensibilizado com tudo o que lhe está subjacente”.
Arnaldo Brás refere que é importante “fazer justiça aos 40 anos de atividade de João Robalo, que tem participado em eventos da Câmara” e destacou também “aquilo que é simbolismo de Atrás da Máscara, porque atrás da máscara podem esconder-se coisas reprováveis”, dando como exemplo “a violência doméstica, que é uma questão difícil de tratar, que é muito delicada, mesmo para a própria vítima”.
O presidente da Amato Lusitano acrescentou ainda que “a ideia de criar o fundo, através da venda de rifas, é importante”, porque “estas ajudas são vistas com muito bons olhos”.

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