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01 julho 2015

A PARTIR DE HOJE, QUARTA-FEIRA, NA SALA DA NORA DO CINE-TEATRO AVENIDA
O mundo artístico de Raquel Fradique

raquel.jpgDesde muito pequena, que sempre preferiu os lápis e os cadernos às bonecas. Foi assim que desde essa altura se interessou pelo desenho e pela arte. Hoje, com apenas 24 anos, a diversidade de cores e formas das suas obras transportam o olhar para um mundo sensitivo. “É instintivo, e inconscientemente tudo o que faço está relacionado diretamente com o meu estado de espírito”.
Nasceu em Lisboa mas, logo nos primeiros meses, Raquel Fradique veio para Castelo Branco, juntamente com os seus avós. A avó Maria Irene Fradique, de 76 anos conta que Raquel Fradique sempre foi uma aluna aplicada e que sempre manteve “um pulso forte na sua vida”. É neste berço familiar que Raquel Fradique encontra a sua verdadeira inspiração, sobretudo na figura do avô que perdeu quando tinha apenas 12 anos.
Raquel Fradique pega inúmeras vezes na forma humana, onde a distorção e a transfiguração dá lugar a um mundo repleto de diferentes personagens. A obra constitui-se como uma perceção surreal do universo que a rodeia. “Sou muito pensativa e sou uma pessoa que não se consegue exprimir facilmente. Tenho muita coisa cá dentro que só sai assim”.
No secundário não teve dúvidas. Seguiu para um curso de artes visuais na Escola Secundária Amato Lusitano e foi aí que conheceu Álvaro Espadanal, hoje com 57 anos. Raquel Fradique apelida o antigo professor como o seu “mestre”. Bastante conhecedor do mundo artístico, Álvaro Espadanal sabe que Raquel Fradique tem as características necessárias: “Talentosa, trabalhadora, hábil, criativa e humilde”. Ainda assim, não deixa de avisar que hoje “existem milhares de jovens talentosos” e que é preciso “estar no local certo e encontrar as pessoas certas”.
Antes de chegar ao Secundário, Raquel Fradique conheceu Vanessa Martins, também hoje com 24 anos. Tornam-se rapidamente amigas e revelaram desde sempre uma grande cumplicidade. “A Raquel Fradique é a verdadeira artista, aquela que sente cada traço que desenha, cada pedaço de barro que esculpe. Enquanto ser humano continua a ser artista porque respira arte. É altruísta, curiosa, apaixonada, sonhadora e determinada”.
Para Vanessa Martins, as peças de Raquel Fradique funcionam como um espelho “do seu mundo interior que não é só complexo como também extremamente criativo e que, inegavelmente, está ligado às suas histórias pessoais”.
A seguir ao Secundário, Raquel Fradique seguiu o seu percurso académico e entrou na Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) do Instituto Politécnico de Castelo Branco, para o curso de Design de Comunicação e Produção Audiovisual. Durante o curso, Raquel Fradique iria conhecer outro professor por quem revela grande carinho e afinidade. Daniel Martins, 38 anos, é professor de Design de Comunicação e foi na qualidade de docente que teve o primeiro contacto com a face artística de Raquel Fradique. Re- conhece o talento na sua antiga aluna e considera-a “uma artista muito versátil em termos de técnicas”, uma vez que consegue perceber “a plasticidade dos materiais”. Para além disso, vê em Raquel Fradique “uma pessoa com sensibilidade para perceber aquilo que nem sempre é óbvio para os outros”, o que faz com que a sua arte seja ainda mais peculiar.
Outro dos grandes suportes emocionais na vida de Raquel Fradique é o namorado Sérgio Feijão, de 28 anos. Conheceram-se através de um amigo comum, e Sérgio Feijão, que mantinha um pequeno ateliê onde restaurava peças antigas, acabou por convidar Raquel Fradique a ir trabalhar com ele. “Desenvolvemos amizade e da amizade nasceu o amor”.
Sérgio Feijão é muito crítico no trabalho de Raquel Fradique. “Ela tem um grande potencial de projeção e tem muita maturidade. Nasceu com o talento, mas trabalhou esse mesmo talento.” Para além disso, “ela é única porque tem a sua própria assinatura e um traço muito próprio”. Como ser humano, Raquel Fradique “é um ser muito pensativo e daí vem a maturidade. Vem também da forma de como nós olhamos para vida e a Raquel olha para a vida de forma ponderada”.
Nos últimos anos, Raquel Fradique teve várias exposições em Castelo Branco, mas também já expôs em Pombal. A partir de hoje, quarta-feira, tem a sua primeira grande exposição, onde irá dividir as paredes da Sala da Nora, com quadros de Natércia Belo, de 57 anos, com quem mantém uma ligação especial.
Na verdade, Natércia Belo foi uma das primeiras pessoas a reparar na arte que Raquel Fradique produzia e no seu talento. Professora de Português na mesma Secundária onde Raquel Fradique andava, Natércia Belo frequentava constantemente as salas onde decorriam aulas de artes visuais. “Aí puxou-me muito a atenção, o facto de haver sempre umas esculturas que eram absolutamente fantásticas. Essas esculturas são, de facto, a primeira grande exposição da Raquel Fradique”.
Numa relação “quase umbilical”, Natércia Belo classifica Raquel Fradique como uma “artista inadiável” e que continua em constante evolução. “Como seres, eu imagino sempre que somos energias. Vamos ocupando um corpo, mas a nossa ligação com o universo é energética. E eu tenho a mesma energia que a Raquel Fradique”, conclui Natércia Belo.
Para Raquel Fradique esta é mais uma oportunidade de mostrar o seu trabalho e a sua arte, onde sublinha a influência do surrealismo e do abstracionismo, sempre conjugados com as vivências da sua vida. No seu caso, as telas e as folhas são a melhor forma de expressão, ou diga-se até a única e verdadeira linguagem da artista. “Muito daquilo que eu nunca contei a ninguém está nos meus desenhos. É mais um grito de socorro. Com as palavras não me consigo expressar. As minhas obras são um bocado de mim que retiro e que dou aos outros. No fundo, é como um abraço”.

 

29/06/2015
 

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