PRÉMIO INTERNACIONAL DE POESIA ANTÓNIO SALVADO – CIDADE DE CASTELO BRANCO
Portuguesa e Mexicano são os vencedores
Uma Portuguesa e um Mexicano foram os vencedores da primeira edição do Prémio Internacional de Poesia António Salvado – Cidade de Castelo Branco.
Os resultados fora conhecidos no passado sábado, 26 de janeiro, numa cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara de Castelo Branco, com o presidente do júri, Alfredo Pérez Alencart, a anunciar que na língua portuguesa a obra vencedora foi Emoções fora da lei, de Mário de Sousa (pseudónimo), que corresponde à Portuguesa Maria João Pessoa, que é advogada e reside em Mafra.
Isto enquanto em castelhano a obra vencedora foi Poemas de almanaque para entretener marionetas, de Jsem Bláto, que corresponde ao Mexicano Gerardo Rodrigues.
Na cerimónia, o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou que este momento era o “fim de uma caminhada que começou há bastante tempo, de uma forma entusiasmante” e destacou que o Prémio “contou com a participação de mais de 500 pessoas”.
Leopoldo Rodrigues referir que o Prémio tem como objetivo “divulgar o nome a de António Salvado em todo o Mundo e também da cidade de Castelo Branco”, não escondendo a satisfação pela “dimensão e projeção do Prémio”.
Por seu lado, Alfredo Pérez Alencart começou por confessar que “até esta manhã estava muito nervoso”, explicando que “não é normal que políticos”, referindo-se a Leopoldo Rodrigues e Luís Correia, “se entregam tanto a um prémio. Não é habitual. É a primeira vez que o vejo”. E “daí o nervosismo”, pois “tinha que sair bem, para o nome da cidade e para que o poeta António Salvado se transcenda”
Alfredo Pérez Alencart, no que respeita à participação no Prémio, deu mesmo o exemplo do Prémio Cidade de Salamanca, que tem 21 edições e reúne 150 participantes, enquanto aqui, na primeira vez, reúne 500, pelo que na próxima edição penso que serão mais de mil”.
O presidente do júri sublinhou ainda que “estes livros que premiamos estão cheios de poesia”.
António Salvado, perante isto, revelou-se emocionado e afirmou que “contente, evidentemente que sim. Lembraram-se de criar um prémio com o meu nome. Curiosamente juntaram o nome da cidade onde nasci, vivo e continuarei a viver, não sei por quantos anos”.
Revelou, no entanto, que “perturba-me algo. A continuidade do Prémio”, questionando “essa continuidade vai até quando? Como todas as coisas são efémeras, será que o Prémio com o meu nome também é efémero?”
Perguntas a que o presidente da Câmara, Luís Correia, respondeu mais à frente, ao afirmar, sobre se o Prémio se o Prémio é efémero, “não sei, mas posso acrescentar que a sua poesia não efémera, de certeza” e garantiu que “isso é o mais importante, que a sua poesia perdure para sempre”.
Antes, o vice-reitor da Universidade de Salamanca, Enrique Cabero Morán, que integrou o júri, quis “agradecer e felicitar à Câmara e à Junta de Freguesia por este Prémio. Por terem promovido uma iniciativa cultural de primeiro nível”, elogiando “a especial sensibilidade das autoridades”.
Enrique Cabero Morán, que no respeitante a António Salvado, frisou que “é um dos grandes poetas Portugueses e também tem grande dimensão na poesia Espanhola”, servindo isto de ponto de partida para elogiar “a inteligência de unir o Português e o Espanhol neste Prémio”.
Luís Correia, no que se refere ao Prémio, afirmou que “vendo como começou e onde conseguiu chegar, só podemos estar satisfeitos e ter um sentimento de realização”.
O autarca recordou que assim que o desafio para criação do Prémio lhe foi apresentado “foi logo aceite, porque é o caminho e a política cultural que queremos seguir” e defendeu que “a poesia tem muita força na nossa cultura. A poesia representa muito para Castelo Branco”.
Luís Correia sublinhou que “temos um património muito grande em Castelo Branco relativamente à poesia. Património ocupado em muito pelo nosso poeta António Salvado. É um património nosso e temos muita honra”, acrescentando que “o Prémio é uma homenagem ao nosso poeta António Salvado, objetivo que foi alcançado”.
Acrescentou ainda que “foi devido ao nome de António Salvado que conseguimos ir mais além”, bem como que “o Prémio permitiu reforçar a relação de amizade com Salamanca, nomeadamente com a universidade de Salamanca”.
Luís Correia reforçou ainda que a iniciativa “tem nome de prémio internacional. É um evento internacional que concretizamos e levamos o nome de Castelo Branco por esse Mundo fora”.
A sessão contou ainda com um momento musical, no qual Miguel Carvalhinho e Custódio Castelo, acompanhadas à voz por Ana Paula, executaram um poema da autoria de António Salvado.
António Tavares